segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Cicloturismo na região da grande São Paulo(São Paulo X Serra do Japi)

Cicloturismo na região da grande São Paulo, um pouquinho mais longe somente!

No último dia 31/07 eu meu amigo Mister Dinho Hwatarai, que é a terceira geração de Japa, fomos numa pequena viagem de bicicleta pelas proximidades da grande São Paulo, um rolezinho básico que abrange um raio de 50 km do marco zero de SP.




Link Strava para quem quiser seguir e não se perder-  Aqui

Combinamos que na Sexta Feira sairíamos de madrugada da região central, pedalando ligeiros e atentos ao trânsito da cidade. Seguimos ligeiros pela região central descendo a ex glamorosa Avenida Rio Branco, entrando na Marques de São Vicente sentido ponte Piqueri. Já na pista auxiliar Marginal Tietê, seguimos sentido Rodovia Castelo Branco. Não deu para fotografar nesse ponto, pois ficamos atentos ao fluxo de veículos. Chegando a Castelo Branco seguimos no acostamento até Tamboré. Não precisávamos entrar em Alphaville pela Avenida Rio Negro, lá tem fluxo intenso e altimetria grande, dá pra seguir pela avenida principal em Tamboré, que tem uma reta até a Rio Negro.

Paramos frente a faculdade do Hambúrguer Mac Donald's, logo após paramos na gigante padaria La Ville. Tomamos aquele café reforçado, pois não sabíamos o que nos esperava na terra em Santana de Parnaíba.




Após o café partimos margeando os residenciais 0,1,2,3,...........12, zzzZZZzzz, ficamos procurando as tão faladas novas ciclofaixas, não achamos essas ciclovias nas principais. Só lá na altura da Faculdade Unip, quando estávamos subindo a primeira das grandes pirambeiras (subida forte), ainda bem que era asfalto, olhamos pelo gradil do terreno e vimos as tais ciclovias, lá no horizonte sentido os rincões do sei lá o que, bem de frente o centro gráfico Folha de São Paulo, um dos meus últimos empregos CLT. 

Achei um pouquinho isolada essa tal ciclofaixa, tão badalada, parecendo até ser só para lazer mesmo ou para grego ver. Os caras bem que poderiam instalar numa via principal, tipo aquelas que podem ser utilizadas para deslocamentos a trabalho. Posso queimar a linguá aqui, me corrijam se estiver errado, mas elas não poderiam ser na avenida principal em vez de alternativas..

A  super Avenida Yojiro Takaoka que corta tudo e mais alguma coisa, que tem três pistas largas tem espaço de sobra para receber ciclovias, podendo ser no canteiro central ou ciclofaixas no bordo direito, local já onde passam dezenas de ciclistas diariamente. Essa ciclofaixa seria fundamental na subida, onde normalmente os não galáticos sobem a 2 km p/h...(risos).





Voltando para a viagem, logo após a subida galática, quando passamos pelo último dos residências entramos na Estrada Municipal Bela Vista, que tem uma vista bonita do verde e dos condomínios. Acho que até já foi mais bela essa vista, quando não tínhamos tantas construções. Realmente nesse dia ela até era uma bela pista ou vista, os carros sempre mantendo a distância miníma na ultrapassagem, muito ventinho no rosto até chegamos ao entroncamento, na ponte de acesso ao centro de Santana de Parnaíba e pista sentido a cidade de Cajamar. 

Seguimos pela Avenida Tenente Marques e entramos na Estrada Silvio Epifânio de Oliveira, achando que já era a entrada da tão esperada área rural. Quando vimos o mapa no Google Maps parecia que tinha uma saída, mas depois de uns 3 km e algumas subidas descobrimos com um morador local, que a pista acabava numa porteira e o dono fechou a porteira de vez. Esse local disse que alguns ciclistas deixavam a porteira aberta e os bois acabavam saindo, pois é...(sem risos agora). Nos lascamos e voltamos pensando em uma rota alternativa, para ajudar o meu celular acabou a bateria e ficamos as cegas no trajeto...

Antes de acessar a pista mais movimentada havíamos cruzado um casal de bike, o cara na volta nos cumprimentou, muitos fazem isso, também com esses doidos nômades, quem não interage.. É muito legal toda essa atenção que grande parte deles. Depois de algumas viagens, ficamos malandros, passamos a perguntar muito evitando voltas desnecessárias. O Rafael contou tudo sobre o fechamento da porteira e ainda confirmou que tinha uma entrada mais para frente, bem mais fácil, fora uma trilha no meio da mata mas que para nós não daria devido as bagagens, fica pra próxima. O cara foi super solidário e gente boa..disse que costuma vir no pedal de Osasco, mas que hoje veio de carro para poder curtir melhor..

Voltando para a Avenida Tenente Marques, que mais parece uma estrada que tráfego intenso, mais intenso mesmo, a nossa sorte que tem muito "espideiro" galático passando e os motoristas ficam atentos, sabem que se causar acidentes no meio a essa turma que tem grana tem gente muito influente...não é peba que nem a gente..(risos)..




Na estrada paramos num mercadinho para comprar água, não sabíamos se na terra teria algum local. O Dinho foi tirar a água do joelho e eu fiquei olhando as bikes. Chegou uma carreta de pedra e parou logo a frente. Esses caras normalmente são muito perigosos nas estradas, acham que podem tudo devido ao seu tamanho. Em milha viagem pela BR 101 sentido a Bahia, três dessas carretas tiraram fina de mim, uma quase me fez cair na grama do canteiro. A melhor coisa é usar um retrovisor, você fica de olho no cara e esperto, se prepara para evitar acidentes. #euusosempre. O cara desceu e veio na minha direção, com um sorriso de olho nas bikes, chegou falando que comprou uma para fazer exercícios. A bike realmente abre os caminhos.  Oxalá...

Partimos sentido Cajamar numa baita subida, a segunda, de boa, com todos os carros mantendo distância na ultrapassagem. Uma pena que os caminhões são ruins com o barulho do escapamento nos tímpanos. Não entendo a razão de não ser igual aos States, lá o escape é para cima...coisa de portuga isso aqui...    Quando estávamos no alto, depois de um pouquinho de sofrimento, minto..(risos), muito sofrimento, já bufando um pouco, quando passávamos ao lado de um ponto com algumas pessoas que nos  olhavam, soltei uma pro Dinho..."até que deu pra dar uma esquentadinha essa subida"...(risos), deu pra quebrar as pernas na realidade.

Já em baixo na rotatória viramos a esquerda, seguimos pela Rua Raimundo Nonato de Moraes sentido a tão falada pedreira. Seguimos pela Avenida Vau Novo, isso mesmo, Vau Novo sentido ponto final no Bairro, Vau Novo(de novo para você memorizar). Nessa estrada até a ponte é Santana de Parnaíba, depois é Cajamar com pista de terra e mato dos lados. Lá tem muito lixo descartado na pista, dá até para montar uma casa inteira de tanto lixo, triste! Você passa por uma periferia, depois por uma ponte sobre o Rio Juquery, que infelizmente é poluído, você já sente o cheirinho de bosta, isso mesmo, BOSTA, aliás, todos os córregos e rios, na ida e na volta estavam poluídos. O que queremos deixar para os nossos filhos e netos, gente!! 

Descobrimos que até o ponto final do Vau Novo tem opções de estrutura para abastecimento,  depois só tem em Ponunduva,(+/- 12 km), acho que todos os comerciantes gostam muito do público ciclista. Ciclistas pedalam, não faz barulho, consomem, interagem (pelo menos a maioria) e ainda tem muita gente boa. Nesse caminho tem até artista, visualizamos  cataventos com diversos temas, inclusive o que, o que....advinha!!!



Nessa foto abaixo e de lado ponto final bairro Vau Novo, quem quiser pode xavecar o motorista e voltar de busão intermunicipal (R$11,00 pilas) o Dinho que vou a placa no busão!!



A primeira vista o local pode impressionar, casas simples que podem dar aspecto de lugar perigoso, mas ao olhar as pessoas, receber cumprimentos e sorrisos, pensamos e esperamos contrário. Sabe que pela distância e aspectos locais, "meliantes" querem acesso e fluxo fácil para roubos e vendas de drogas, aqui parece que é tudo trabalhador sofrido, só de olhar na cara deles você já vê..

Vamos correr com as fotos aqui...depois do Vau Novo é só terra com muitas subidas, motoqueiros de trilha, muitos mesmo, no começo até achei que era moto serra de longe, depois começou, tem cavaleiros e poucos carros. Tem busão ida e vida de Ponunduva, vem pela terra mesmo, levantando a poeira, muitos ciclistas de mtb, galáticos e pebas.(risos). Tem lagos com  gente pescando, T-Rex, Velociraptor, correndo pelos matos..(muitos risos), mato, muito mato, como diria o Dinho, "Vanderlei, olha quanto verde ao lado!", "É, Dinho, mato cor de poeira"..(risos). Como o tempo estava seco, com muita poeira e pouca chuva. Se chover pode preparar a bike para os cupinzeiros nas rodas..(risos).



Aqui é vira sentido Ponunduva, isso mesmo..


Aqui em baixo é a subida módulo "Rard", não era para os "pebas" como nós. Ela é tão difícil que os motocas "Off Roud" sobem com o corpo ereto e inclinados para a frente, senão a motoca empina e capota...olha o Dinho lamentando....


Tem algumas ruínas do tempo em que éramos produtivos, tínhamos uma industria que produzia e gerava riqueza e felicidade, nos riscões desse país, achamos até ruínas de uma industria de cal. Só pelo desgaste dos tijolos imagino que seja do século passado.


Olha que vista top, quem não gosta disso...




Seguimos parando e conversando com os locais, assim descobrimos histórias, características e particularidades, que sempre acabam nos impressionando. É sempre muito boa essa troca. Pena que a televisão para cachorro estava desativada, senão era um frango  a menos, sorry migues vegan...comeria de tanta fome, já tínhamos rodado uns 65 km, imagine a nossa fome...


Colégio do futuro em meio ao verde. Rezamos que daqui saiam cidadãos íntegros, honestos e produtivos para contribuir com a nossa sociedade..


O Dinho pensando na vida...acho que estava cansado.



Não tínhamos idéia de onde acamparíamos, o Dinho queria ficar acampado as margens de todos os lagos que cruzávamos..(risos), fiquei resistente em razão em não conhecermos o local, de toda a nossa realidade de insegurança, também era só mato, nada de descampados para armar as barracas..



Achamos um pesqueiro que nos aceitou, Ufa!!, nos deixou acampar por R$ 25,00 pilas, local seguro, com banheiro, pia, lago com peixinhos(pode pescar), deixou até fazer uma fogueira com "eucaliptos". Também, um frio lascado. Eu fiquei pensando durante a noite, dá pra sofrer um dia...(risos)





Uma linda noite apesar dos 7º, com sensação de 0º... Fizemos uma fogueira para suportar o frio, isso para ficar do lado de fora das barracas.



O Dinho como chefe de cozinha não poderia deixar de cozinhar no jantar e no café..manda bem o cara..




Amanheceu um breu de neblina, só às 9h o sol deu a graça, para começar a secar as nossas  barracas..








Café da manhã saindo da panelinha do chefe Dinho, cuscus com linguiça calabresa frita. Uma delicia!!



O que mais gostei fora o mato e acampamento, foi o fofinho do cãozinho "Estopa", que foi abandonado na pista. Olha que nome mais lindo, até parece uma estopa, só que um pouquinho suja...(risos).. Estopinha fazendo graça e pedindo comida, junto a matilha de pidões caninos...


Depois do Dinho M-E-T-I-C-U-L-O-S-A-M-E-N-T-E arrumar as bagagem..(risos), partimos de volta as origens... um km de asfalto, seis de terra, até a pista da Via Anhanguera, depois mais 45 km de acostamento até o marco zero de SP. 






Sabe que fiquei preocupado com o nosso ritmo, pois nunca sabemos qual é o condicionamento das demais pessoas. O que parece fácil para você pode não ser para o outro. Eu vinha perguntando se ele estava bem. Ele até cogitou em fazer comida na beira da estrada. Perguntei "Você tem certeza que quer cozinha na estrada..(risos)" depois fiquei com peso na consciência..






Resumo da ópera, fofos:

São Paulo até Santana de Parnaíba, atravessando pelos Residenciais em Alphaville, menos fluxo e doidinhos ao volante. Em Cajamar pega a estrada sentido a famosa Pedreira, sentido Vau Novo, Ponunduva (isso mesmo) sempre sentido Santa Clara, não tem como errar. Não tem mapa, nem rota de GPS, só tem pedal na estrada, terra, poeira, sol na cachola, gente simples, poeira, muita, bastante wi-fi vocal com os locais, que não te deixam se perder... 

O Camping tem pesqueiro e chalé, dá para acampar. O local é na Estrada Francisco Missié, 5999, Bairro de Ponunduva, Cajamar. Os telefones de contato são(011)-9 7253-9642 / 9 9767-9549(falar com o Fernando gente boa) tem Rock e POP clássico, não tem sertanejo, tem muita gente boa, muita moto de trilha, um frenesi. Se não gosta nem vai...Dá para acessar pelo outro lado chegando pela rodovia Anhanguera, mas não tem graça nenhuma. Deixa de ser peba...(risos) 

A trilha é nível difícil e todo mundo um dia vai ter de empurrar a bike na pirambeira. Nessa rota tem muitas subidas difíceis, pelo menos umas quatro. Não se preocupe, os princípios básicos do cicloturista são "você não tem que provar nada pra ninguém" e " empurrar a bike faz parte e todo mundo fez ou fará um dia", sem crise...

Dá uns 75 km ida e 50 volta, na ida é roça, mas na volta é suave na nave... 

Bom pedal a todos. 

Logo mais vamos voltar para no dia seguinte fazer a trilha das três cachoeiras, que é da Reserva do Parque do Japi.

Se beber não pilote a bike! Não jogue sujeira fora, pois não existe o fora, o planeta é um só meu irmão! Seja educado com os locais, cumprimente sempre os ciclistas durante o percurso, educação vem de berço, deixa de ser mal educado, quando é do seu interesse você tem educação, não é! Cuidado com a velocidade nas descidas, você pode cair nas pedras, de passagem aos carros, cavalos, ciclistas, não tem cachorro louco latindo para ciclistas por lá, fica de boa. Gentileza gera gentileza

Agradecimentos a todos que nos ajudaram com as dicas, ao pesqueiro, ao Google Maps, Strava, ao Estopa por alegrar o meu dia,quando soube o seu nome fofinho. Quase pedi o estopa para mim... Obrigado a Deus, ao Dinho, parça da bike, fechando o Tanks para a minha esposa, por deixar que eu fosse nesse rolê..(risos)

Abraços...fuiiiiiiiiiiiiiiiiiii....




Eu pensando na vida.....zzzzzzZZZzzz